Gestos em comum : caderno de proposições artísticas em cerâmica Caderno elaborado pela equipe do Projeto de extensão de Julho a Novembro de 2022: Anna Elisa Vigiano Lima Caroline Fukuda Dayane Rocha de Pauli Flávia Bührer Isabelle Catucci Jenifer Neliane Machado Maria Angélica D’amico Pedro Ottmar Talisamara Souza Resumo: A decisão conjunta do grupo de realizar um caderno de proposições surge da conscientização da importância do fazer, tão presente na aprendizagem do ofício técnico da cerâmica. Do mesmo modo, nasce do cruzamento de assuntos cotidianos, que ocorrem nas conversas de roda, nos cafés, ao mencionarmos a nossa vontade de incentivarmos a leitura, de andarmos mais de bicicleta, de promovermos as diversas formas de cultivo e cuidado(das bactérias, fungos, alimentos, plantas, animais), ou, ainda, nos relatos das experiências como docentes e artistas. Estas e outras narrativas foram sendo compartilhadas enquanto modelávamos as peças em cerâmica, reiterando a vontade de comunicar a amplitude dos modos de fazer, que, de fato, não se restringem à repetição mecânica de um gesto técnico. Ao construir objetos, peças e propostas a partir da argila, entramos em contato com um vetor de potência, o da própria terra. Enquanto elemento ativo, quando manipulamos a terra, percebemos como ela reage às temperaturas, modifica as suas cores, neutraliza a nossa energia, em um ir e vir entre o pensamento microscópico e o macroscópico, atuando como elemento catalisador da própria vida. As proposições foram elaboradas a partir de exercícios, de leituras, das dinâmicas, da produção e das discussões sobre os eixos tematicos, organizados com o auxilio de cartografias, em uma metodologia que procura localizar os tracos e as linhas de forca indicativas dos pensamentos, das memorias e dos trajetos relacionados durante este processo. Os nossos interesses passaram a demarcar pontos de aglutinacao, em temas escolhidos pelo grupo, trazendo a tona palavras-chave como: tempo, erro e liberdade, por exemplo. O modo de escrita tem como referencia as proposições artísticas no campo da performance, da literatura, e, também, a reflexão critica sobre o ensino e a prática artística. Com as proposicoes, ampliamos o vocabulário do ateliê de cerâmica, dando atenção às motivações, as afetividades, aos corpos em movimento, ao outro. O termo "proposição" indica-nos um convite, ele nos conduz para uma atenção maior aos gestos, para os movimentos e as matérias. As ações com a argila promovem modelagens diversas a partir de diferentes tipos de corpos que passam a estar em contato, em relação. No último trecho do caderno, temos o registro das mensagens entregues junto com as peças de cerâmica, realizadas intencionalmente como um exercício de troca entre o grupo. As proposições aqui registradas nos impulsionam para elaborações mais livres dos sentidos que atribuímos a prática cerâmica, elas despertam as relações entre o fazer, refletir, observar, narrar e modificar - com a esperança de que esta partilha suscite outras rotas, movimentando aquilo que já parecia estar posto, permitindo, para quem aceitar o convite, a elaboração de novos gestos e o acionamento de outras imagens, formas, corpos, vivências e temporalidades Gestos em comum: caderno de proposições artísticas em cerâmica [recurso eletrônico] / Anna Elisa Vigiano Lima et. al – Curitiba: Departamento de Artes da UFPR, 2022. 80 p. : il. color.; PDF. ISBN: 978-65-5458-006-9. Acesso pelo Repositório digital UFPR: https://hdl.handle.net/1884/80826 |
Resumo:
Este caderno reúne alguns dos gestos, modos de fazer e de sentir que surgiram ao começarmos a descrever práticas que foram aprendidas e desenvolvidas durante a produção de trabalhos artísticos em cerâmica. Em frases poéticas, ora instrutivas, ora descritivas, procuramos construir uma via de acesso e de partilha das possibilidades de
conformação das matérias e dos mundos.
O caderno sugere um espaço informal de anotações, realizado coletivamente, com contribuições individuais, somadas de maneira sincrônica, que foram sendo reelaboradas durante e após os encontros da equipe do
Projeto de Extensão, no ateliê de cerâmica do curso de artes visuais da Universidade Federal do Paraná.
As proposições foram elaboradas a partir de exercícios, de leituras, das dinâmicas, da produção e das discussões sobre os eixos temáticos, organizados com o auxílio de cartografias, em uma metodologia que procura localizar os traços e as linhas de força indicativas dos pensamentos, das memórias e dos trajetos relacionados durante este processo. Os nossos interesses passaram a demarcar pontos de aglutinação, em temas escolhidos pelo grupo,
trazendo à tona palavras-chave como: tempo, erro e liberdade, por exemplo.
As proposições nos impulsionam para elaborações mais livres dos sentidos que atribuímos à prática cerâmica, elas despertam as relações entre o fazer, refletir, observar, narrar e modificar ― com a esperança de que esta partilha suscite outras rotas, movimentando aquilo que já parecia estar posto, permitindo, para quem aceitar o convite, a elaboração de novos gestos e o acionamento de outras imagens, formas, corpos, vivências e temporalidades.
Este caderno reúne alguns dos gestos, modos de fazer e de sentir que surgiram ao começarmos a descrever práticas que foram aprendidas e desenvolvidas durante a produção de trabalhos artísticos em cerâmica. Em frases poéticas, ora instrutivas, ora descritivas, procuramos construir uma via de acesso e de partilha das possibilidades de
conformação das matérias e dos mundos.
O caderno sugere um espaço informal de anotações, realizado coletivamente, com contribuições individuais, somadas de maneira sincrônica, que foram sendo reelaboradas durante e após os encontros da equipe do
Projeto de Extensão, no ateliê de cerâmica do curso de artes visuais da Universidade Federal do Paraná.
As proposições foram elaboradas a partir de exercícios, de leituras, das dinâmicas, da produção e das discussões sobre os eixos temáticos, organizados com o auxílio de cartografias, em uma metodologia que procura localizar os traços e as linhas de força indicativas dos pensamentos, das memórias e dos trajetos relacionados durante este processo. Os nossos interesses passaram a demarcar pontos de aglutinação, em temas escolhidos pelo grupo,
trazendo à tona palavras-chave como: tempo, erro e liberdade, por exemplo.
As proposições nos impulsionam para elaborações mais livres dos sentidos que atribuímos à prática cerâmica, elas despertam as relações entre o fazer, refletir, observar, narrar e modificar ― com a esperança de que esta partilha suscite outras rotas, movimentando aquilo que já parecia estar posto, permitindo, para quem aceitar o convite, a elaboração de novos gestos e o acionamento de outras imagens, formas, corpos, vivências e temporalidades.